quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Profetadas e misticismos à parte...

Profecia, essa palavra que vive na boca de muitas pessoas que se consideram “espirituais” é muito mais simples do que se faz parecer. Não é algo místico ou esotérico, não tem a ver com nenhum tipo de magia. De forma muito simples a palavra tem como uma das definições, a predição ou previsão de algo cuja inspiração diz-se ser divina. Budistas citarão Buda, Hindis citarão Shiva, Muçulmanos citarão Maomé, Cristãos citarão o Espírito Santo, terceira pessoa da trindade (Deus Pai, Filho (Jesus) e Espírito Santo). Vale tudo? Talvez para muitas pessoas sim, mas para os que seguem Jesus Cristo é unânime: que toda e qualquer profecia/previsão/vidência de todas as pessoas citadas na bíblia até chegar a Jesus vem do Espírito Santo.
Mas e agora que Jesus morreu, ressuscitou e diz a bíblia “subiu aos céus e está sentado à direita de Deus o Pai”? Não há mais profecias? Sim! Há! Há porque uma vez que o cristão acredita que Jesus é Deus que se fez homem, o santo espírito de Deus passa a habitar dentro de cada um de nós e portanto pode nos inspirar a profetizar.
Em toda a bíblia a profecia acontecia mediante uma mensagem transmitida de Deus aos homens, os profetas eram a voz de Deus sobre acontecimentos presentes e suas consequências, bem como sobre coisas do passado que cada geração deveria saber. Se Deus falava com esses profetas pode-se afirmar que há um relacionamento entre o ser humano e Deus. E não é que é assim ainda hoje conosco?
“Sem intimidade com Deus a profecia é um estrago para a igreja”. Considero essa frase autoexplicativa. Ela não é minha, mas foi dita por Arthur Martins, pastor da Igreja Presbiteriana República, de Curitiba, na primeira terça-feira de novembro deste ano. Durante esse mês República está realizando a Escola de Profetas, uma espécie de curso ou, pode-se chamar uma série de encontros que em minha opinião desmistificam muito desse dom que está descrito na bíblia como “dom de profecia”.
Na primeira carta do apóstolo Paulo para a igreja de Corinto, ele orienta de forma clara e objetiva a função da profecia. Ela deve fortalecer, animar e confortar um grupo de pessoas ou mesmo uma pessoa específica. Arthur também afirma que a profecia, para quem a recebe, é uma palavra objetiva de Deus para a pessoa. Então entendo que se  a mensagem não cumpre o objetivo de fortalecer, animar e confortar é preciso tomar cuidado com o conteúdo dela. Se a transmissão machuca e desencoraja as pessoas, se o que é falado não produz a consciência da realidade, então há que se rever.
Quero citar alguns pontos bem interessantes que são fruto do estudo do pastor Arthur a respeito da excelência do coração do profeta ou seja, do transmissor de uma mensagem que cremos vir de um  Deus que criou tudo, que se comunica, que conhece a natureza humana e que ama essa criação.

AMOR: O dom de profecia é um instrumento de amor
PERDÃO: Um coração amargurado emite uma mensagem amarga
CONHECIMENTO TEOLÓGICO: Toda profecia deve ser bíblica. A bíblia é a palavra de Deus e qualquer coisa que destoe do que Ele já disse não é confiável
FÉ: O profeta deve crer no que profetiza
INTIMIDADE COM O ESPÍRITO SANTO DE DEUS: Saber se o que Deus comunicou é para ser dito, para quem deve ser dito, quando e como deve ser dito
HUMILDADE: O profeta deve lembrar que não é o único porta-voz de Deus e que dom não depende de bons frutos. Dom é dado de graça, sem merecimento. Não é porque Deus falou algo através de uma pessoa que ela é cheia de virtudes

A arte é profética ou a profecia é uma arte?
Profecia não é um pensamento positivo ou uma mensagem motivacional de auto-ajuda. Profecia é exclusivamente algo que Deus quer expressar, e são muitas as formas de Ele manifestar sua vontade e seu pensamento para a humanidade.  De acordo com as habilidades que Ele mesmo deu para cada pessoa Ele utiliza maneiras diferentes de falar. A arte é um dos pontos cruciais de manif
estação da voz de Deus, porque há uma sensibilidade do artista que conecta à mensagem alguém que não tem relação nenhuma com Deus e a partir de uma experiência com a arte do profeta passa a conhecer a pessoa de Jesus, o caráter de Deus.
A profecia não tem nada a ver com mensagens espíritas ou místicas, mas trata-se sim de um relacionamento pessoal e íntimo entre criatura e criador, entre filho e pai. Ela depende da total transparência e verdade e está ligada a uma vida de consciência diária dos impulsos da natureza humana que caiu, mas que foi redimida e agora vive agradecida por uma segunda chance. A vida de um cristão deve ser uma mensagem, uma profecia.
Por que escrevi sobre isso?

Porque sei que um dos grandes calos no sapato de quem tem lá suas resistências à “religião”, aos cristãos, à Deus é exatamente os estragos já causados na e pela igreja. Não é uma crítica à igreja, porque sou parte de/com ela. Mas o fato é que há no meio das vozes que se erguem para profetizar, como há no meio de qualquer grupo de seres humanos, pessoas ignorantes ou as de má intenção, ou mesmo as desavisadas, talvez cegas. Mas que nada disso desabona quem Deus é e o que Ele pode fazer independente da falha humana e o quando é bom conhecê-lo passo a passo.

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