sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O Armandinho, o problema com álcool e a doença da sociedade virtual


Muitas coisas passam na frente da gente ao subir e descer a barrinha de rolagem na linha do tempo do Facebook, que confesso: faz tempo, têm mais me enchido o saco do que me alimentado de informação e me faz pensar numa vida exclusivamente fora dele. Parece que as redes sociais fizeram o papel de um abrir dos portões de onde os animais de instinto mais primitivo estavam se debatendo, presos, imóveis e de repente saíram feito loucos. Esses animais de instinto selvagem e predador somos nós tão pacificados pela hipocrisia da sociedade, pela religiosidade que veio desde a infância. Fomos domesticados pelos bons costumes que sempre nos garantiram não sermos excluídos, rejeitados. Vivemos – os da minha geração e de outras passadas (as novas gerações, como do meu filho já estão vindo diferentes) – mas crescemos engaiolando nossos sentimentos e pensamentos. Nunca aprendemos a sinceridade. Não é culpa de ninguém especificamente: nem sua pai, nem sua mãe, nem sua vô, nem sua vó. Acontece que a vida real em sociedade nos exigiu sempre mentir sobre o presente que ganhamos e não gostamos, jamais aprendemos como expressar a nossa opinião verdadeira. E agora que estamos sozinhos em frente as telas de computadores e aparelhos móveis sem ninguém nos olhando nos olhos nos sentimos livres para vomitar toda nossa fúria escondida. Não sabemos nem falar o que pensamos verdadeiramente e nem sabemos receber a verdade dos outros. Viver em sociedade estando isolados permite que sejamos aquele ser repugnante que escondemos ser.
Eu senti de escrever sobre isso porque hoje me deparei com um depoimento do Armandinho, cantor de um reggaezinho maneiro feito no Rio Grande do Sul que ganhou praias do Brasil inteiro e despertou sentimentos em quem acordou querendo ver o mar mas mora bem no meio de uma selva de pedra. Ele disse que voltou a beber e que reconhece que o álcool o deixa agressivo e faz muito mal a ele. Num dos sites que repercutiu a publicação dele nas redes sociais vi comentários que me deixaram apavorada. Mas um deles, identificado como “anônimo” resume um pouco do que eu senti ao ler os comentários:

“Pobre, triste, curta e embrutecida”, era mais ou menos assim que o Thomas Hobbes via a humanidade. Pelos comentários acima, vejo que ele tinha razão…

Muitos comentaram sobre possível vício dele ir além do álcool, outros sobre a “babaquice” ou sobre ele ser um “bebê chorão” e outros ainda desclassificando a música como um trabalho, porque ele disse, desabafando, que a vida de artista é dura para ele.

Eu já tive problemas sérios com álcool e drogas. Nunca fiz um apelo por ajuda sequer para Deus porque eu nem conseguia ver que estava com problema. Não sou nada perto de ser artista, mas sou um ser humano como o Armandinho, como o Chorão do Charlie Brown Junior que morreu por overdose de cocaína depois de encantar a juventude com músicas de amor e de elevação da autoestima do moleque pobre, skatista, de subúrbio mesmo, como o parceiro dele de banda e grande amigo, o Champignon que se matou ou como o Robin Willians – eterno Patch Adans que após anos enfrentando vício em cocaína e depressão resolveu apertar o cinto, só que no pescoço dele. A vida é dura. A vida é muito dura sem Deus. E eles não pediram ajuda a tempo. Ore pelo Armandinho!

Estar aí no mundo que não é nosso, convencidos e sendo induzidos a amar as coisas dele –o mundo – não é fácil. Dói ser gente sem o amor de Cristo. Dói não enxergar o sangue que pingou da cruz. Quando Jesus veio foi porque Deus queria se aproximar novamente da humanidade após um período de violência e atrocidades. Mas a religiosidade ajudou a manter afastado de Deus muito pecador por aí que já poderia ter se arrependido, renunciado o prazer do mundo mas ficou excluído da graça por que humanos se acham mais humanos. Vejo gente com sede de Deus. Vejo gente tentando matar essa sede num gole só de álcool e drogas, de uma noite de intensidades e um dia seguinte de uma depressão tão profunda como eu vivia, muitas vezes dia após dia e que faz de conta e até acredita que está tudo bem. Pessoas que não conseguem mais sorrir ou suportar as coisas se não for pela expectativa de que a noite vai chegar e abrem-se as portas de um submundo, um mundo particular sem chatices, sem alguém apontando você porque aí, naquelas horas são todos iguais, estão todos na mesma, estão em casa. Só que aquelas horas acabam e até que recomecem tem um dia inteiro de inferno. Conviver com a embriaguez de tudo é conviver também com a abstinência, com o fim do prazer, coma fissura que faz as pessoas depois, sóbrias, se envergonharem do que são capazes de fazer a si mesmas.

Julgar dependentes de álcool e drogas –seja qual for, inclusive cigarro – é não saber nada da vida. Especialmente cristãos e cristãs devem ter mãos e corações estendidos a estas pessoas – eu já fui uma delas.

Você que julga, você não sabe nada! Precisamos espalhar a mensagem do evangelho, do amor, do temor (sim, precisamos temer Deus mesmo que Ele nos perdoe e nos ame em sua infinita misericórdia), precisamos falar que a salvação é real e é a maiooooor viagem, é a melhor embriaguez!

terça-feira, 19 de agosto de 2014

É preciso diminuir para que Ele cresça, é preciso amadurecer na relação

Um dia, insegura sobre ter um chamado ou não, com poucos dias de conversão eu questionei Deus sobre ele querer usar minha vida ou não. Queria, na minha infinita infantilidade que Deus falasse comigo, que me dissesse um sim ou um não sobre minha utilidade. A verdade é que mal me curei, mal esperei ser tratada e já queria participar das obras e quando Deus puxou o freio para me dizer que eu precisava deixar ele cuidar de mim eu achei ruim. Pensei que poderia eu não servir para nada no reino Dele. Aí pedi, e até já contei sobre isso aqui no blog...Ele me respondeu. Me deu duas leituras sobre a reconstrução do templo dada como missão a Zorobabel (Ageu 2:21 – 23 / Zacarias 4: 1- 14). Entendi que cabe a mim, com as habilidades que tenho ajudar a reconstruir o templo que cada um de nós é. Quanto estamos sendo de templo para Deus? Quanto estamos servindo como morada, como abrigo para a mensagem do evangelho? Estamos em condições de ser habitados pelo Espírito Santo ou nossas portas se fecharam, ou destruímos tudo? Será que nos rendemos às dificuldades, aos embargos que são feitos para a obra do nosso Pai?
O tempo vai passando e as vezes o primeiro amor vai esfriando, vai virando segundo, terceiro...a gente ganha uma autoconfiança humana muito grande e acaba esquecendo do quanto sobrenatural é nossa intimidade com Deus e o quanto precisamos estar atentos para as experiências que o Espírito Santo quer nos proporcionar. A gente se envolve demais com o que esperamos das pessoas, com aquilo que tentamos forçar ser, com o que queremos, com o que pensávamos que ia ser. Lendo Êxodo 3 eu me dei conta que todos nós passamos por uma fase meio Moisés. Quando Deus fala com Moisés dizendo que o enviaria ao rei do Egito para pedir que o povo de Israel fosse libertado da vida de escravidão e Moisés pergunta: “Quem sou eu para falar com o Faraó? O que direi quando me perguntarem quem me enviou? Eles não acreditarão que é o Senhor! Eu não sei falar bem, não tenho eloquência...”. Por que insistimos em desacreditar das promessas de Deus é que vivemos uma fé frustrada, porque colocamos nossas limitações como muros impedindo que Deus se aproxime mais, que tenha conosco aquilo que ele mais quer...um relacionamento.
Precisamos deixar de ser crianças na fé, precisamos todos os dias nos esforçar para amadurecer. Uma pregação bastante interessante e inquietante da pastora Priscila Seixas traz a seguinte, de Hebreus 5:12-14
De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido!
Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça.
Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal.
Como diz ela lembrando que toda criança tem uma “barda”, um “dengo”: é a chupeta ou o paninho que a mãe dá para acalmar a criança que chora. Precisamos largar os paninhos e chupetas...resolver nossos problemas, crer que a vontade de Deus deve operar sobre tudo e que nós apenas somos usados e como ele quiser. Não podemos escolher um ministério, um dom...Se quiser Deus muda nossas habilidades e nos capacita como bem entender como capacitou Moisés.

Eu não quero mais o leite. Quero ter a confiança do Pai. Busco em oração a sabedoria que vem Dele.


Ação em prol do Projeto Bethesda - Missão Haiti - Francisco Beltrão

No mês de junho participei do lançamento do Projeto Bethesda – Missão Haiti – Francisco Beltrão. Esta iniciativa de empresários e igrejas evangélicas da cidade tem como objetivo maior arrecadar fundos para construção de uma Casa Lar (um abrigo) no Haiti. Ações como uma palestra sobre Motivação e Trabalho em Equipe com Ione Cortese no próximo dia 03/09 e um grande evento musical no dia 8 de novembro, com Chris Durán, Filhos do Homem e valores regionais são de grande importância para o sucesso do projeto.
No Haiti seres humanos vivem situação desoladora onde a fome e a destruição são permanentes fatores. Através de trabalhos, de missões e de muito empenho e amor é possível amenizar o sofrimento e levar o alento de que em Jesus temos o caminho, a verdade e a vida.

A palestra com Ione Cortese tem ingresso as R$ 15 e meia a R$ 7,50 para estudantes, pessoas acima de 60 anos e portadores de necessidades especiais. O recurso será revertido para o Projeto Bethesda.