quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Pouco perdão, pouco amor (por missionária Carla Maria)



 Então virou-se para a mulher e disse a Simão:
— Você está vendo esta mulher? Quando entrei, você não me ofereceu água para lavar os pés, porém ela os lavou com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. 45Você não me beijou quando cheguei; ela, porém, não para de beijar os meus pés desde que entrei. 46Você não pôs azeite perfumado na minha cabeça, porém ela derramou perfume nos meus pés. 47Eu afirmo a você, então, que o grande amor que ela mostrou prova que os seus muitos pecados já foram perdoados. Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado.(Lucas 7)

Às vezes fico me questionando sobre que espécie de amor é esse que ultrapassa todo conceito pré-formado do ser humano. Cada um tem sua personalidade, seu jeito de ver o mundo e lidar com as situações e pessoas, que se alguém comete algum erro comigo, automaticamente já sei que atitude irei tomar.
Estou vivendo um novo momento em minha vida, o Kairos – como os gregos designavam o tempo, que não é o cronos (rotina do dia: tomar banho, comer, etc; ou calendário). O Kairos é um tempo de significados, de oportunidades, de sentimentos que modificam os ciclos do cronos.
No capitulo 3 do livro de Eclesiastes reforça que o ciclo cronos da vida é feito de kairos, os quais são todos proporcionados por Deus. E precisamos estar com olhos bem abertos pra não vivermos somente o tempo cronológico sem entender o tempo kairos que surge em nossa vida.
Essa passagem que coloquei acima sempre me chamou muito atenção pelo fato de ser uma mulher pecadora que ousou ir encontrar Jesus no meio de pessoas que possivelmente a condenariam. Mas ela foi, porque sabia que o amor do mestre cobriria todas as suas falhas, e por saber disso, ela o amou com toda intensidade, lavando os pés de Jesus com suas lágrimas, enxugando com seus cabelos, e beijando loucamente os pés dele enquanto derramava um perfume caríssimo.
E Jesus aproveita para dizer para todos que estavam ali, e também para nós: que onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado.
Eu me identifico muito com ela.
A cada momento “kairós” que surge, sinto o perdão de Jesus e meu amor por ele aumentando.

Ele tem um amor tão delicado, uma doçura ao estender a mão e olhar somente para o coração, que sinto vontade de ser essa mulher exagerada jogada aos pés dele...

Carla Maria é missionária da 7ª Igreja do Evangelho Quadrangular - Francisco Beltrão e está em Barra do Corda, no Maranhão onde participa do projeto Gravações Brasil, gravando em áudio, na língua dos Guajajaras o Novo Testamento

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Como ouvirão, se não há quem pregue? (Romanos 10:14)


O que pretendemos com a nossa vida cristã além das bênçãos? Que disposição temos nós, cristãos além do culto da família no domingo? O que cremos nós além para além do cuidado de Deus com nossas vidas aqui, na terra? Até que parte do evangelho suportamos ir quando as palavras são mais justas do que boas? Amamos somente a bondade de Deus ou também queremos a sua justiça?Não há como viver o evangelho pela metade. Ao nos convertermos à fé em um Deus que é criador, em um filho que é redentor e em um Espírito Santo que é consolador passamos de forma sobrenatural e enxergar as coisas de outra maneira porque ninguém que conhece Cristo verdadeiramente consegue seguir sem transformação. De nada vale a fé sem obras e se conhecemos o bem e não o fazemos já estamos pecando. Nossa obediência a Deus contempla fazermos aquilo que nos parece loucura, mas que confiando Nele torna-se nossa missão e alegria.Na quinta-feira eu cheguei em cima da hora na rodoviária com o João Felipe para embarcar para a casa de meus pais em Palmas, mas esqueci o documento dele. Não teve choro, não pudemos ir. Transferi a passagem para o dia seguinte. Ainda sou muito nova na fé e vivo escorregando nas minhas humanidades. Fiquei bastante chateada e inconformada num primeiro momento. Mas aí veio a presença de um Deus cuidador, e que para fazer sua boa, perfeita e agradável vontade tem planos  mais altos que os nossos.No dia seguinte, desta vez com documentos em mãos o João e eu embarcamos. Pouco tempo depois estava eu imensamente na presença de Deus recebendo uma ordem clara de falar do amor dele ali. Sim, no ônibus, para desconhecidos e sem saber o que falar. O Espírito Santo agiu de tal maneira que me senti tão incomodada a ponto de desistir de qualquer timidez ou medo para poder seguir viagem sem ter um tipo de colapso nervoso. Deus me deu Eclesiastes 9:11,12 e numa das cidades mais próxima não havia ninguém para entrar no ônibus e eu tive certeza que Deus queria agira ali, para aquelas pessoas. Levantei, pedi licença e falei. Li a palavra e agradeci a atenção. Nisso um rapaz chamado Alan, sentado na poltrona da frente virou para mim e disse que tinha sido muito bom, que ele estava naquele dia deixando o CAPS – AD em Marmeleiro por problemas com alcoolismo. Ao meu lado a Quelita, uma irmã da Assembleia de Deus contou que foi tocada pela palavra por que às vezes ficava aflita com os estudos e a falta de tempo para estar na casa de Deus. E mesmo que não conheçamos as pessoas que cruzam nosso caminho, mas Deus as conhece, sabendo quantos fios de cabelo há na cabeça de cada um e cada uma e ao nos dar a ordem de pregar sua palavra Ele jamais falha. Portanto Ele me mandou dizer naquele ônibus onde uns viajavam a passeio, outros a trabalho, uns tristes, outros alegres, uns com fé outros sem:
“não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos.que também o homem não sabe o seu tempo; assim como os peixes que se pescam com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando cai de repente sobre eles.”