quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Por Quem os Sinos Mentem (Por Carla Maria*)

Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo, sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo...”


Já tem algumas semanas que essa frase da música de Raul Seixas martela na minha mente.
Tenho dormido tranquila e sem me convencer desde que percebi o grande abismo que havia entrado. O abismo do si mesmo. O si mesmo é tudo aquilo que produz em nós um falso prazer, e tudo o que é falso tem prazo de validade, e o que tem prazo de validade, obviamente tem fim.
Assim era minha falsa vida. O prazer diário terminava quando o dia amanhecia e nada mais fazia efeito e nem sentido. Uma suposta alegria instigada pelo prazer de horas e horas de conversas intensas e filosofias baratas em rodas de boteco, se dissipava no “essa é a última”.
Chegou a hora de convencer minha alma que tá tudo bem, e dormir com um buraco enorme dentro do peito carregado de mentira.
Quando Jesus de Nazaré falou que ao conhecermos a verdade ela nos libertaria, ele falava de ser livre do si mesmo. A verdade é o oposto do falso, sendo assim, nela não tem prazo, portanto é eterna.
Mas, o que é a verdade?
O mesmo Jesus disse que ele era o caminho, a verdade e a vida. Quando acreditamos nele encontramos a estrada que devemos caminhar, e ao caminhar vamos descobrindo que aquilo que “jurávamos“ ser verdade não era, porque a verdadeira verdade aparece de verdade. (redundante, né?) É aí que a liberdade vai sendo apresentada para aquilo que chamávamos de vida. Respiramos e revivemos!
As nossas imperfeições, culpas, amarguras, rejeições que sujam a alma, tudo isso vai sendo iluminado pela verdade que o espírito santo nos mostra, tipo insights. E de sobremaneira mágica ele faz tudo novo, de novo.


*Carla Maria é missionária da 7ª Igreja do Evangelho Quadrangular - Francisco Beltrão e está em Barra do Corda, no Maranhão onde participa do projeto Gravações Brasil, gravando em áudio, na língua dos Guajajaras o Novo Testamento





O que você mudaria no seu corpo?



Hoje eu olho para muitas fotografias minhas da adolescência e percebo que nas épocas em que eu me achava terrivelmente gorda eu nem era. Posso até dizer que falar que passei a vida toda sendo gordinha não é verdade. Tive fases de realmente passar do peso “recomendado”, mas nada tão horrível quanto eu pensava que era.
Essa semana eu vi um vídeo compartilhado no facebook onde adultos e crianças – homens e mulheres respondiam a uma única pergunta: “O que você mudaria no seu corpo?”.
Há uns três anos eu tive a oportunidade não só de responder, mas de tornar real a minha resposta a esta pergunta. Fiz uma bariátrica e uma abdominoplastia. Eu estava com 100 quilos e uma barriga com mais pelancas que a minha avó com 60 e poucos anos na época e 4 filhos. Eu, que tive filho aos 20 com uma barriga daquelas me sentia na justiça de querer mudar isso (mais ainda do que a redução de estômago) e aceitei a proposta da minha mãezinha amada de enfrentar o processo cirúrgico.
É fato que eu engordei novamente, mas a abdominoplastia garante uma barriga normal (e confesso razoavelmente “estética” pelos quilos que engordei). Mas de repente com o vídeo eu me perguntei, hoje, o que eu mudaria no meu corpo?
A nossa relação com o corpo é talvez a coisa mais individual, aquilo que realmente fica entre a gente e o espelho – isso para quem encara os defeitos num boa, mas há quem sofra sérios problemas de aceitação mesmo – mas apesar desta íntima relação eu penso que quando nos olhamos nos avaliamos como se fôssemos outra pessoa e sempre imaginamos que uma outra pessoas acharia que estamos: vale para homens e mulheres: gordos demais, que temos um lado do corpo maior que o outro (e pelo que parece todo mundo tem mesmo), que somos muito brancos ou muito negros, e uns mais estranhos que se acham meio amarelos muito peludos ou pelados, a bunda é grande ou pequena, estamos corcundas, e aquilo, de praxe: celulites, estrias, manchas. Aí tem o cabelo que é menos problemático por facilmente poder ser modificado.
Nos olhamos sem amor, e olhamos como possivelmente olhamos para os outros. Pensamos muito mais no que mudaríamos, se pudéssemos, por fora do que por dentro. Esquecemos de nos olhar e ver o quanto somos únicos, o quanto talvez os nossos defeitinhos nos façam especiais para quem convive conosco. Talvez estejamos enganados sobre como as pessoas que interessam pra gente nos olham.
Outro dia minha irmã me perguntou o que acontecia se colocasse o dedo no meu umbigo, porque ele foi refeito com a plástica e ficou bem “estrainho” diante dos umbigos originais, e eu olhei pra ele (o meu umbigo) e falei: não acontece nada ué – até porque ele ficou tão “estrainho” que ficou um buraquinho, que malemal passa um cotonete, mas ao olhar para ele e saber que mesmo não sendo o original é o meu umbiguinho, único (especialmente por ser “estrainho”) e como antes minha barriga pelancuda era motivo de tristeza para mim, como eu gosto dele, das estrias porque me lembram a todo momento: poxa! Eu sou mãe, cara! As celulites que me dizem que sou uma mulher e tanto, mesmo com celulites sim! Que mesmo gordinha de novo eu me sinto bem e quase nem lembro disso porque eu fiz uma coisa fantástica nos últimos 6 meses (e para sempre e mais): eu escolhi mudar tudo DENTRO de mim e não no meu corpo e isso me ocupa 100% das preocupações. A cirurgia foi muito importante para mim e eu sou grata por tê-la feito, mas há tantas pessoas que não estão num caso extremo como eu estava e sofrem e gastam tempo tentando achar uma forma de mudar as vezes o corpo todo. O que é a beleza afinal? Se falarmos o que é padrão de beleza até dá para definir e ainda assim com ressalvas, mas a beleza? Como avaliar se “quem ama o feio, bonito lhe parece”?
E se ainda há o argumento de que possamos pensar que ninguém nos ama, pô, Deus nos amou a ponto de enviar seu filho para morrer na cruz por nós e além de tudo foi Ele que nos criou tal qual somos! Viver em descontentamento com nosso corpo é desmerecer como Deus escolheu nos fazer. Amar nosso corpo e ver nele os detalhes da perfeição da criação – mesmo nas imperfeições é também uma forma de adorar o Criador.
Ah, o que eu mudaria no meu corpo, se pudesse? Queria ter umas asas assim, grandiosas, como as de uma águia.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A dependência que liberta: solte suas correntes!

Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão.
Gálatas 5:1
Estava limpando o apartamento e de repente veio na minha cabeça uma lembrança muito forte e um entendimento profundo sobre a escravidão da alma provocada pelos vícios que a carne topa ceder ao inferno. Eu nunca fui a maior limpadora de casa mas me dei conta que as maiores faxinas que fiz foram usando cocaína. As vezes até mesmo depois de uma noite cheirando sobrava um pouco e eu dividia em pequenas carreiras e ia me “acelerando”, não  com o efeito da droga mas porque eu estava dando de beber ao capeta. Limpava um cômodo da casa e dava um tiro (cheirava uma careira). Colocava roupa na máquina e dava um tiro, estendi a roupa e dava um tiro e assim eu ia até que os tiros acabavam antes da limpeza e aí eu já pensava em ligar para conseguir mais. Muitas vezes eu ligava e aí  já emendava pra noite.
Essa lembrança veio me esclarecer profundamente a tristeza que existe na vida de uma pessoa que quer Deus mas que prefere buscar o sustento da alma nas coisas que falsamente o mundo oferece. Claro que a droga supre alguma coisa ou então não viciaria. Naqueles momentos existe uma plenitude...uma satisfação. O que se busca na droga se encontra. Só que passa rápido demais e o day after causa um buraco ainda maior. Eu não usava droga porque eu era má ou porque eu era uma sem vergonha ou sem juízo. Eu usava exatamente porque eu era boa, mas o mundo era mal. A Palavra diz que o mundo nos odeia porque não somos desse mundo, se fôssemos, o mundo não nos odiaria. Mas só em Cristo eu descobri a beleza de preencher a alma com algo que não é do mundo, assim como nós não somos: JESUS.

Ora, o Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor ali há liberdade.
2 Coríntios 3:17

O maior risco da liberdade que é implantada por Satanás na cabeça das pessoas desde o Jardim do Éden é o da independência de Deus. A ideia de que devemos ser nós mesmos estar ligada a sermos independentes é a fruta que não deveríamos morder. Quando nos soltamos dos braços e da vontade de Deus nos perdemos nas nossas imperfeições humanas. A santidade não é um castigo ou um sacrifício, é uma proteção. Me emociono quando penso em como estou cercada por todos os lados com tanto amor e cuidado que não consigo pensar em me mover um passo sequer em direção a qualquer prazer momentâneo.

A verdadeira liberdade, aos que ainda não foram tocados pelo Espírito Santo tem aparência de prisão porque a prisão em que estão tem a maior cara de liberdade. Sem Jesus subimos alto porque pensamos que vamos voar, mas aí conhecemos o precipício. Quem está preso precisa ser liberto. Precisamos orar pelas águias com os pés amarrados, que mesmo tendo asas não conseguem ir a lugar algum. É preciso coragem para arrancar os pés da corrente, mas é a melhor decisão a tomar.

Andarei em verdadeira liberdade,
pois tenho buscado os teus preceitos.
Salmos 119:45