Imagine que um homem emprestou
dinheiro para outros dois homens. A um deles emprestou R$ 50 e a outro, R$ 500.
Mas os dois acabaram se enrolando nas contas, assim como acontece com a maioria
das pessoas, e falo por experiência própria, e não conseguiam pagar. Um dia o
homem que emprestou resolveu perdoar a dívida dos dois, tanto o R$ 50 quanto o
R$ 500. E a grande pergunta é: qual dos dois teria ficado mais agradecido? O
que ficou livre da dívida de R$ 50 ou de R$ 500? Se eu devesse os R$ 500 sem
dúvidas eu ficaria muito mais aliviada e grata. Mas e se nenhum dos dois homens
pudesse ser perdoado?
Há uns dias atrás tive a
oportunidade de conversar com um muçulmano e pude tirar algumas dúvidas com ele
a respeito de como a crença deles vê certos “pontos de vista”. Soube por ele
que Jesus seria um dos cinco maiores e mais importantes profetas do islamismo,
que ele teria sido arrebatado por Deus em carne e osso e portanto, para os
islâmicos não houve cruz, não houve ressurreição e Jesus de forma alguma seria
o filho de Deus e muito menos o próprio Deus na terra. Também descobri que o
Alcorão – livro que para eles é equivalente a bíblia sagrada para os cristãos
católicos e protestantes – afirma que um homem que “parecia” com Jesus foi
crucificado, mas que teólogos afirmam que o crucificado teria sido Judas (?).
Mas, por já saber que não havia
uma consideração muito diferente a respeito de Jesus, o Cristo por esta religião,
o que mais me fez refletir foi o fato de que concordamos, assim como outras
religiões e mesmo a ciência pode afirmar, de que o ser humano é limitado,
mortal, falível em todos os sentidos e necessita de algo que o possa livrar das
consequências que tamanhas limitações podem causar. Na maioria das religiões
esse algo são leis morais, ou outros meios que possam ajudar a humanidade a de
alguma forma evoluir, tornar-se melhor. No islamismo, compreendi – na minha
total ignorância – que as leis do Alcorão, adoração a Alá os rituais de oração
cinco vezes ao dia direcionado para Meca produzem no homem essa evolução,
fazendo com que ele um dia chegue a merecer o paraíso.
Também refleti que a divergência
entre cristianismo e islamismo são dois fatos principais, inadmissíveis aos
islâmicos: que Jesus e o Espírito Santo entrem na jogada formando um único Deus
trino: pai, filho, espírito santo (três pessoas em uma só) e a questão de que
todos os erros da humanidade recaíram sobre um só homem. Este último ponto, na
visão islâmica tiraria a responsabilidade individual tornando a vida fácil e
cômoda aos que creem que Jesus Cristo morreu pelos pecados da humanidade e
pagou toda a dívida.
Religiosamente poderia ser
considerada a falta de entendimento a respeito da trindade, com o não
reconhecimento de Jesus como sendo Deus e poderia até dizer que não acreditar
na cruz – símbolo maior do cristianismo – parece ofensivo. Mas, de forma cristã
sou obrigada a me compadecer intensamente de uma vida que está baseada no que o
próprio homem pode produzir de bom, mesmo reconhecendo a própria limitação
intelectual, moral, espiritual e por isso, ter de viver a constante frustração
de não ser suficiente, de não atingir o padrão necessário e por isso temer
diariamente o destino de não merecer o paraíso. Ao mesmo tempo, conviver
consigo mesmo acreditando ser capaz de merecer, enchendo-se de uma arrogância
sem medida por atrair para si todo o mérito de alcançar o céu, achando-se responsável
apenas por si mesmo.
Ao contrário do comodismo, um
cristão que se preze vive à duras penas a tentativa de depender apenas da graça
– favor imerecido – de Deus, e lidar com a realidade de que é incapaz até mesmo
de orar de forma correta, de receber o perdão de Deus tendo de engolir a
soberba e o orgulho para reconhecer tamanha miséria humana. Mas ao mesmo tempo
vejo o privilégio de submeter-se – talvez sem conseguir ter tanta devoção
quanto os islâmicos – a um Deus que promete aliviar o fardo do cansados, que
garante que nada do que se possa fazer de bom ou de mau vai mudar quem Ele é ou
pode atrair salvação, mas que ao contrário disso, pelo Deus humilhado que foi
manifesto em Cristo na cruz com a herança de pecados de uma humanidade inteira é
possível uma saída, uma chance, uma esperança. A remissão dos pecados de todos
em um homem não traz comodismo, mas gera constrangimento a uma vida mais
piedosa, sendo que como conhecemos que o justo viverá pela fé, a salvação gera
boas obras e não ao contrário.
Paulo diz, em 2 Coríntios 1:20-21
que todas as promessas de Deus, todo o sim e todo o amém estão em Jesus Cristo.
Sem Jesus, apenas dependendo do bom andamento da vida de cada ser humano, Deus
seria obrigado a falhar porque nenhuma das promessas poderia se cumprir, pois
ele precisaria ser justo, e toda promessa é carregada de condições. Em Salmos
103 a bíblia diz que Deus age como um pai que conhece seus filhos, pois conhece
a estrutura de cada um, “somos pó”. Todas as condições não alcançadas pela
humanidade foram sanadas em Cristo, para que de forma justa Deus – o soberano –
pudesse ser um Deus de palavra. Por causa de Cristo a glória está no Pai e não
em mim.
Fomos alcançados pela graça...Aleluia!!
ResponderExcluirO convite de Cristo pra nós é para um relacionamento de amor e isso implica servidão, doação, obediência, compaixão... valores cultivados dia a dia..."Foi tudo pago" pelo absurdo gesto de amor do Pai, do Filho...Agora a responsabilidade que não pesa sobre os nossos ombros, porque o fardo dele é leve e suave, é a de atender ao seu chamado "Tome a sua cruz e vem comigo!" (palavras de Jesus)...Grande desafio esse, o de ir com o mestre! Mas ele de forma muito serena nos tranquiliza e diz "vou caminhar com vocês o tempo todo, todos dias, para sempre...Contem comigo!"... Diante disso, o que dizer? difícil dizer... ele nos constrange com tanto amor...mas me regozijo ao dizer que foi o convite mais linndo que me fizeram...e ele está vivo...é tudo real..rsrs! E ele caminha conosco mesmo, em todo tempo e é como se ele usasse aquela blusa que o pessoal dos supermercados costumam usar com a seguinte pergunta POSSO AJUDAR? aí todo dia peço ajuda..rsrs
Parabéns Larissa pelo blog!
ResponderExcluirFiz uma visitinha na sua casinha...rsrs, muito aconchegante por sinal, boas reflexões!
Abraço!