
No dia 6 de fevereiro de 2015 eu
chegava em Almirante Tamandaré, uma cidade da região metropolitana de Curitiba,
da qual nunca antes ouvira falar. Era uma manhã de segunda-feira, meu filho
João Felipe estava comigo, empolgado com algo que hoje imagino, ele nem sabia
do que se tratava. Há oito meses eu havia me rendido ao amor de Cristo por mim
e ele, por consequência entrou nesse barco, no qual não poderia mais carregar
nada do passado, aos poucos esse barco se distanciava cada vez mais de qualquer
porto onde eu havia estado, e o João Felipe comigo. Confesso que eu mesma não
fazia muito ideia do que viria pela frente.
Tinha um monte de malas, mas
havia deixado para trás um apartamento montado, para onde sempre pensei que
voltaria depois dos 5 meses que se iniciavam ali. Deixei possibilidades de
empregos e o domínio sobre as atividades em minha área profissional, o
jornalismo. Deixei a certeza de um salário certo no final de cada mês para
depender de uma igreja e de pessoas, algumas inclusive cujo rosto nunca vi
pessoalmente. Mas além de um monte de malas eu tinha agora um monte de rostos,
idiomas, costumes, e uma rotina totalmente voltada a conhecer a Deus, e por ser
isso inevitável, conhecer a mim mesma.

Pensando nisso, vejo que deixei
muito pouco que valesse a pena para trás. Não encontro mérito próprio algum na
decisão que tomei, mas só consigo ver a cruz de Jesus Cristo e sobre ele todos
os meus erros e pecados e nela a única possibilidade de viver.
Após tropeços no novo caminho,
como uma criança que cai, envergonhada e machucada em busca de um colo, eu
encontrei novamente a cruz. E nela eu resolvi de uma vez por todas me pregar
para morrer com Cristo, e tendo assim a única possibilidade de viver com Ele.
Estou integrada em uma base missionária onde trabalho voluntariamente com três
expoentes: o treinamento e discipulado de pessoas e nações, o evangelismo como
ferramenta de que todos tenham a chance de ouvir sobre Jesus Cristo e o
ministério de misericórdia como meio de transformação social, educacional,
econômica de comunidades que necessitam de assistência nesse sentido.
Ontem eu participei da quinta
formatura na Jocum / Universidade das Nações, e neste último treinamento eu
aprendi a estudar a bíblia por um método que tem como principal objetivo deixar
de lado todo romantismo e ilusão de adequar a Palavra de Deus ao que penso,
sinto, sofro ou me alegro. Mas ao contrário, embasar cada minuto de cada dia no
que a Palavra diz. Longe de toda fragmentação eu pude olhar para a profundidade
e integridade de textos que dizem exatamente o que dizem e não o que eu imagino
ou desejo que diga. E eu creio que entro no terceiro ano como missionária pela
fé em Cristo mais firme, mais disposta, mais realista acerca de tudo e de mim,
mais consciente de minhas limitações – e são inúmeras – e completamente
dependente de Deus em tudo. Que Ele me supra, que Ele me justifique, que Ele me
santifique, que Ele me limpe.
Esse texto não é uma auto-declaração
de renúncia, sofrimento ou martírio. Porque o que dou a Deus é muito pouco, é
uma miséria diante do amor com que Ele me ama. Mas é uma prestação de contas
com muita gratidão ao que têm caminhado comigo, orado, torcido, enviado
energias positivas, os que aguentam meus posts nas redes sociais sem ainda
terem me bloqueado, os que me mantêm financeiramente: é pelas mãos destes (no
que incluo minha família), que como, me visto, assisto TV, faço um passeio na
linda Curitiba, viajo para cursos, pago e escola do meu filho, compro para ele
coisinhas gostosas, tomo banho quente, tomo um remédio, uso internet e até abençoo
outras pessoas. Mas esse texto é também para dizer que cada dia eu tenho
certeza que ainda que tudo isso seja tirado de mim, e se até mesmo a saúde não
for suficiente, Deus é bom, fiel e digno da minha vida, e sem exagero, totalmente
digno da minha necessidade e até morte.
Se você quer conhecer melhor
sobre a bíblia, sobre missões ou simplesmente bater um papo, eu quero servir
você. Como você pode me encontrar:
Whatsapp: 41 996615471
Que lindo, Lari. Eu te acompanho sempre e acho incrível esse seu trabalho. Que Deus continue te abençoando e iluminando seu caminho <3
ResponderExcluirLindica! Muito bom ter você perto, de alguma forma!
Excluir