Quando eu era pequena, na minha
fria Palmas, no sudoeste do Paraná, passava bastante tempo na casa de minha avó
Jeanette. Fui filha única por quase onze anos e por isso inventei muita
brincadeira sozinha, histórias criadas, times imaginários para jogar bola e
lembro perfeitamente de uma das coisas que eu mais gostava de fazer. Sentava em
um pequeno banquinho com assento de couro, daqueles que tem até uns pelinhos do
animal de tão rústico, e usava um outro banco, um pouco maior, de madeira, como
mesa. Assim eu pedia para minha avó: “Vó, me fala uma palavra ou um tema”, e a
partir dali saía um texto, uma história, uma poesia. Mais tarde, lembro de ter
escrito um texto sobre o Parque da Gruta que ficava no centro da cidade e tinha
uma cachoeira poluída pelos moradores. Fiquei tão indignada que escrevi e minha
mão me levou até um jornal local e eles publicaram meu texto. Participei de
concursos de redação e poesia. Sempre conseguia premiação. Mais tarde ainda,
aos 16, preste a fazer vestibular fui até um jornal que estava bombando na
época. E ali tive meu primeiro emprego
no jornalismo, sedenta por escrever, por comunicar, por relatar. Eu queria
formar opiniões, e sim, queria mudar o mundo. Me graduei em jornalismo em 2007,
trabalhei em outros jornais locais, em rádio, em assessoria de imprensa e nunca
parei de querer mudar o mundo.
Eu não consegui mudar o
mundo, embora tenha me mudado de lugar, de valores, e claro, aprendido bastante
sobre fazer o certo e o errado. Escolhi o errado na maioria das vezes.
Mas na semana passada cresceu em
mim a esperança de quem sabe conseguir mudar pelo menos uma parte do mundo.

Acontece que não sei como fui na
avaliação de português, mas sei que a de inglês fez com que os MEUS planos
mudassem e eu de repente, estivesse na mesa do nível 1 do MAST (Mobilização,
Assistência e suporte à Tradução). E o que faziam nesse nível? Tradução.

Então eu entendi que Deus já
conhece bem minhas habilidades e não precisa se impressionar com elas. Mas o
que o deixa feliz mesmo é me ver aceitar o nível HARD. Entendi também que agora
sou jornalista das boas novas, mensageira de uma nova e viva história, a única
que pode me dar a chance de ver o mundo mudar. Através da tradução do MAST,
povos de idiomas que tem como portal a Língua Portuguesa, mas que ainda não tem
bíblias em sua língua mãe, dialetos ou outra forma de comunicação, agora
poderão ter livre acesso a esse material para fazer as próprias traduções.
E não bastasse isso, agora Deus
chegou com um novo desafio para o mês de novembro: um tal de Uniskript. Um
sistema para criar alfabeto para povos ágrafos, mas para beneficiar pessoas que
tem dislexia, por exemplo, ou mesmo para ensinar alguém um novo idioma.
Comprovadamente esse sistema alfabetiza comunidades inteiras em apenas duas
semanas, mudando sua qualidade de vida, seu acesso, seu conhecimento, sua
comunicação. Comunicação! Que palavra linda!
“Vó, me diz aí uma palavra, vou
escrever um texto”.
Amei seu texto.
ResponderExcluirObrigada por compartilhar.
Loly
Obrigada Loly!!!! =)
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