sábado, 25 de junho de 2016

No meio do caos e das trevas é que sabemos o que é a graça que basta

Quando digo a Deus que a graça Dele me basta tenho que ter cuidado com o tom. Se meu tom é de resignação, me colocando em uma posição de quem se contenta com a graça como se fosse pouca coisa, não estou falando a mesma coisa que Deus, quando ele me diz "a minha graça basta para você". Porque quando Deus diz isso Ele quer dizer que a graça é muita coisa para quem não merece nada, que a graça é tudo, que ela basta porque é suficiente, porque supre tudo.

Deus me mostrou isso em um período de intercessão aqui na base ontem (24/06), quando compartilhou comigo a sua dor com relação ao sofrimento das prostitutas e a noite quando fui participar da entrega do Sopão com a Comunidade Antioquia em uma favela de Curitiba, no tempo de culto, antes de sairmos para as ruas Deus novamente me lembrou disso: a graça, que muitas vezes tenho como "pouca coisa"ou o "o que me resta", é na verdade TUDO que as prostitutas, os moradores de rua ou das favelas, os viciados, ou o dono de uma mansão onde não há paz ou nossa classe média satisfeita com seu conforto não têm. E isso não significa que sejam pessoas ruins, ou que não acreditam em Deus ou mesmo que não conheçam a Palavra, mas significa que ainda não entenderam que o amor de Deus supera nossa miséria humana de egoísmo, soberba, preguiça, vícios, imoralidades e nos abraça quando entendemos que estamos errando. A graça é simples demais para se entendida, e é por isso que a sociedade agoniza em depressão, ansiedade. E a sociedade somos nós todos. Todos precisamos urgentemente dessa graça que nos basta.


Ontem, quando estava no carro, antes da primeira parada na rua Deus falou claramente para mim: "O que os seus olhos verão nessa noite é o que os meus olhos estão vendo diariamente, 24 horas por dia, no mundo inteiro: caos e trevas. E como um dia eu vi luz no caos e trevas que você vivia, Larissa, veja hoje a luz que há no meio desses lugares, porque eu sou Deus e há esperança".

Outra reflexão importante que tivemos juntos antes de sair para as ruas. Quem mora na rua sabe se virar, eles comem de alguma forma, não estão com fome. A sopa que é entregue a eles é apenas o pretexto para o amor, para o abraço, para a conversa como a que tive com uma moça de 28 anos, mãe de 3 filhos, separada, em conflito com a mãe, sem convívio com o pai e que trabalha o dia todo para a noite voltar pra casa, na favela. Ou a oração e o incentivo que pudemos fazer para uma mulher completamente dominada pelo vício, sob o efeito do crack e ouvir ela dizer: eu acredito que Deus é o único pai e eu não aguento mais cair todos os dias, não aguento mais essa vida, não tenho casa. Não resolvemos o problema de ninguém, mas entregamos amor, atenção. E isso só é possível porque Jesus Cristo age através de mim, porque sinceramente, numa sexta-feira, tarde da noite, no frio que está, sem Ele eu não estaria lá para abraçar ninguém. 

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