Passei um dia de introspecção
hoje apesar de não atravessá-lo sozinha, (ainda bem). E isso é muito
importante, ter pessoas que nos amem no silêncio. Então a noite como não é de
costume resolvi ficar sozinha mesmo, porque o silêncio da gente pode cansar os
outros mais do que a nossa tagarelice. Fui ao mercado para comprar coisas pra fazer
uma sopinha. Tem algo mais digno para a nossa solidão do que nos alimentarmos
com uma sopinha? Coisa bem ralinha mesmo assim, com peitinho de frango,
batatinha e aquele macarrão “cabelo de anjo”. Ah, também me dei ao trabalho de
fazer um suco de laranja natural. Comprei um Toblerone branco para comer mais
tarde vendo um filme.
Tá, e daí?
Daí que escrevi esse primeiro
parágrafo para falar do poder que as palavras têm de relatar, de transferir um
acontecimento – e a nossa vida é feita de acontecimentos. A comunicação, não a
midiática, mas a de relação é fantástica. Você que está lendo essa publicação
pode ter uma noção real de algo que não viu, não presenciou e isso, claro nem
ao menos lhe interessa, mas talvez identifique você em alguma frase, por algo
que tenha vivido ou sentido.
No caminho de volta do mercado, a
pé eu vinha e de repente comecei a pensar em como a palavra, seja escrita ou
falada, é importante para a relação que Deus estabelece conosco. Taxativamente
a Criação no livro de Gênesis na bíblia se deu pela palavra.
“E disse Deus” é o que introduz a todos os versículos que indicam o
que Deus fez em cada dia da fundação do mundo. Luz, terra, céus, mares, animais
e gente: a gente, nós, você e eu.
Em João, capítulo 1 um dos mais
belos e poéticos versos na minha opinião: “No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus.”. No dicionário, VERBO significa PALAVRA,
VOCÁBULO, EXPRESSÃO, PALAVRA QUE DESIGNA AÇÃO entre outros. E o VERBO no caso
de João 1:1 é JESUS. Caramba, como a palavra é importante, a palavra é viva, a
palavra é Deus.
Outro dia eu comentava com minha
amiga Carla que eu ainda não sabia qual era o dom do Espírito Santo para minha vida
na obra Dele. Não sei cantar nem tocar, não sou da dança nem do teatro...não
sei se sou da profecia, da intercessão, da misericórdia... No culto do último
domingo me dediquei a me entender com o Pai a respeito disso. Logo depois meu amigo Ed que Deus enviou para minha vida, que vive lá longe “nos estrangeiro” disse que orando por
mim teve uma visão a meu respeito...a visão dele sem ele saber de absolutamente
nada foi a resposta para aquilo que eu havia pedido durante o culto.
Para bater o martelo, a mesma amiga
a qual eu havia me lamentado sobre minha “falta” de dons me enviou um link de
um texto da Bráulia Ribeiro (a qual eu rendo admiração pela ousadia nas
palavras – e ações -) a respeito de seu tempo como colunista da revista
Ultimato e só pelo título Ultimato 47anos: uma missão das letras eu entendi o porquê eu pensei sobre a
importância da palavra para Deus quando eu voltava do supermercado. Perceba como Deus é direto: estava eu questionando sobre qual era meu dom, sobre como eu serviria para o Reino e Ele me responde: "uma missão de letras". Eureka! Bingo! Pimba na gorduchinha!
Ele me deu o dom da
palavra – escrita e falada – e eu ainda reclamando.
Tudo o que fiz minha vida
inteira, pessoal e profissional foi escrever e falar. Quando eu era pequena,
bem pequena mesmo, sentava-me num banquinho e fazia um outro banco de mesa e
dizia para minha avó, mãe, pai, tios e tias: “me diga um assunto para eu
escrever” e eu discorria livre e facilmente sobre qualquer coisa que fosse. Por
12 anos trabalhei com jornalismo.
Como pude ter dúvida sobre aquilo que Deus
foi me capacitando ao longo da vida? Já escrevi e falei sobre tudo quanto foi
coisa, mas apenas há 8 meses é que cheguei ao ápice do grande texto.
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