
No calçadão de Francisco Beltrão, onde moro ficam alguns hippies. Tem um casal que já está faz tempo por aqui e enfeita todos os dias o lugar com seus artesanatos e as brincadeiras da moça com a filhinha enquanto o marido sério faz os "trampos". Eles ficam um quarto alugado e pelo jeito gostaram daqui, mas não se sabe a partir de quando de repente, simplesmente não os veremos mais na cidade. Vez ou outra aparecem alguns outros modelos de hippies por ali e hoje eu vi nas proximidades uma Kombi bem bacana, que desconfiei ser de alguma turma paz e amor. Mais tarde vi no calçadão a turma que sem dúvida e não deu outra era a dona da caranga.
Vestidos apropriadamente como hippies escondiam nos piercings, cabeleira e barba carinhas um pouco mais sofisticadas disfarçadas na sujeita das mãos e nos pés descalços, munidos de instrumentos de malabares que é moda entre essa galera livre dos conceitos sociais, dos padrões dos quais eles pensam que fogem. Cheguei perto dos trabalhos para ver, porque não sou hippie mas curto as pulseirinhas, colares, brincos, alargadores...aí logo de cara um deles, só de samba canção disse que me faria um agrado, um anel e que se amolecesse meu coração eu poderia dar uma contribuição ou comprar algum trampo deles. Me fez um anel na hora, de araminho, com o símbolo musical de harmonia inventando um significado misturando harmonia - amor - natureza - espalhar o bem e eu comprei um colar pra mim.
Ao sair agradeci e disse a eles que onde e como estivermos Jesus nos ama. O rapaz harmônico, com a voz meio irritada disse que o lance é amor próprio, que Jesus é apenas um nome. Eu disse a ele que Jesus é nosso consolo e salvação e ele me disse: salvação de que? E o seu coração endurecido finalizou o papo dizendo que a maldade está no nosso coração. Agradeci mais uma vez e falei que Jesus limpa nosso coração e saí.
O que nos impede de aceitar o amor de Jesus se ele morreu para nos libertar? É que a liberdade em Jesus nos exige responsabilidade, compromisso. A liberdade de Jesus e o amor dele nos impulsiona a buscarmos a condição de ajudadores e não de ajudados. É que Jesus nos tira da conformidade, da vitimização e da carência. Só que é mais fácil ser carente porque aí você tem desculpa para chorar, para reclamar, para encher o saco de todo mundo pedindo contribuições. Aceitar Jesus é um ato de coragem porque é preciso renunciar, é preciso aceitar que você já não é mais seu "dono", que você agora precisa se mexer na vida.
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