segunda-feira, 28 de julho de 2014

Deixar de enxergar para ser guiado

Disseste: Ai de mim agora, porque me acrescentou o Senhor tristeza sobre minha dor! Estou cansado do meu gemido, e não acho descanso.Assim lhe dirás: Isto diz o Senhor: Eis que o que edifiquei eu derrubo, e o que plantei eu arranco, e isso em toda esta terra.E procuras tu grandezas para ti mesmo? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda a carne, diz o SENHOR; porém te darei a tua alma por despojo, em todos os lugares para onde fores. Jeremias 45:3-5

A cada um de nós cabe os desertos pelos quais passaremos para a prova de nossa fé. Em várias partes do caminho terá o cansaço, a dor, a vontade de desistir, de voltar, de parar. Quando tomamos a decisão de aceitar Jesus e andar nos estreitos caminhos Dele precisamos estar preparados.
Deixamos para trás crenças fáceis e bem permissivas, hábitos aparentemente inofensivos, vontades mecânicas daquilo que nos é imposto. Mas no meio de um monte de boas transformações há de vir também aquilo que nos coloque contra a parede num vai ou racha espiritual que é de lascar. Como dizem por aí, Só Jesus na causa!
A angústia não é algo permitido por Deus, aliás, a autorização é que apenas sintamos alegria Nele. Mas a angústia é particular da nossa extrema e falha humanidade, vem da nossa falta de compreensão e da nossa resistência em mudar o passo, virar a página, trocar o disco. A angústia é companhia fiel da ansiedade que tempos pelos dias, horas e minutos seguintes. Queremos saber “qual é” o do dia seguinte, o que virá, como estaremos, como deveremos agir, se será bom ou ruim. Nos afogamos no medo e na insegurança. Isso não é auto-ajuda ou drama, é algo que claro... afinal somos tão acelerados que precisamos garantir tudo e geralmente tentamos fazer isso sozinhos.
Eu estou angustiada. Eu caminho com Jesus mas estou falhando porque não consigo me “largar nas cordas”. Entrego tudo nas mãos Dele mas ainda seguro um punhado na minha mão. Só o Deus do qual estou falando não faz nada pela metade. Não pega um pouco de coisas e deixa outro pouco pra gente resolver do nosso jeito. A renúncia ao que amamos profundamente nos faz bambear as pernas no caminho. Abdicar, largar, abrir mão, soltar...isso dói. Revolta pensar que algo tão bom simplesmente escapa de nossas mãos porque Deus tem um propósito que a gente nem entende o que quer dizer, mas mesmo assim é um propósito.
Ter fé é ter fé mesmo. É andar como se estivesse cego e não sentir medo de tropeçar ou bater ou ir para o lado errado ou ser enganado no troco do supermercado. É deixar de enxergar para ser inteiramente guiado. É nos encolhermos, é aceitar que precisamos ser guiados. Dói, dói uma dor física aceitar que a impotência é uma virtude para Deus. Dói principalmente quando eu era capaz de tomar o controle da minha vida, ou melhor, pensava que era capaz. É como andar ativamente e sofrer um acidente, não conseguir mais caminhar sozinha e ter que aprender novamente, aos poucos, mais lentamente, em distâncias mais curtas e num espaço de tempo maior: é tirar o pé porque o Criador agora colocou a mão.

Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
Mateus 6:34

Não há outro como tu, não há outro que eu prefira além de ti...e as batidas do meu coração chamam o teu nome, Jesus!



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